"E em pensar que tudo já estava acabado, depois de despedir e resolver ir embora para sempre, muitas coisas aconteceram."
Sentado em meio a relva, pensando nas adversidades, o intrépido resolve parar um tempo e por fim ouvir calmamente o que as águas têm a dizer. No silêncio do coração desta imensa floresta, apenas o som das águas pode reconfortá-lo. Relembra aos poucos as regiões por onde andou, revê seus conceitos e com nó na garganta sente um aperto no peito. No âmago que em outrora era preenchido de esperança e alegria, hoje o trás devaneios e efêmeras dores. "Oh! Minha doce Sra. dos campos de Camélias Vermelhas, sinto seu perfume ao cerrar meus olhos, sua voz e seus lábios são ouvidos e tocados. As minhas dores se vão e a paz retorna em minha consciência". O jovem está perdido desde o dia em que abandonou as terras do Sul e sua Sra. em marcha ao chamado dos seus sentimentos para o Norte. Durante sua jornada, viu muita coisa e sentiu amores, os quais lhe deram angústia e frustração. Jamais esquecerá a doce Srta. encontrada no Reino das Flores Douradas. Com sua voz amorosa e jeito cativante, nosso herói ostenta sentimentos que jamais serão deixados para trás. Relembras das noites em que ficou sentado junto a jovem no bosque dos Sonhos e lembra de quase tê-la beijado no salão do grande Bangalô. Dividiram o mesmo teto e por fim deixou seu coração junto a ela. Ele sabe que não há nada capaz de mudar o que de verdade sentiu pela Srta. e é ainda assombrado pela paz da sua Sra. Anseia pelo calor dessa jovem ninfa do Reino das Flores Douradas, situado junto aos Campos Proibidos. Em sua jornada, ao chegar às terras gélidas do Norte, nosso jovem guerreiro fora encurralado por lobos famintos e ferozes. Apenas o rosnar destas bestas eram ouvidos. O vento e a neve que caia devagar, trazem na memória deste louco, uma imagem, uma imagem santa e pura. "Ah! me recordo como em outrora, o doce som daquele assobio e a voz angelical e a beleza pura, daquela filha de Lycans. Branca como a neve e de cabelos revestidos em ouro, a Srta. desse clã salvou minha vida." A princesa deste local gelado e esquecido pelos deuses, estava a passeio pelas suas terras quando viu que seus animais encurralavam nosso protagonista. Com palavras calmas, mas imperativas, os lobos se afastaram e dessa forma o jovem pode ver com atenção sua salvadora. Com o olhar assustado e tremendo de frio, nosso herói desmaia. Ao acordar, reconhece que se encontra em uma tenda, o vento assobia e ouve vozes. Consegue enxergar uma fogueira, a mesma que o aquece. É pego pelos cuidados da bela jovem. Aos poucos, um pedaço de sua mente se deixa levar por ela e quando assusta, ao deitar, tem em sua memória o sorriso e as histórias da bela princesa. Ambos conversaram pelo tempo em que ficara repousado na tenda do Mestre do clã Lycan. Óbvio que se trata de uma nova história para o nosso jovem peregrino, e desta forma ele se deixa levar e quando acorda, após horas de conversa com a princesa, se sente sozinho. Percebe que a moça já havia ido embora. Aos ventos é possível ouvir o assobio daquela jovem e desta forma, o coração do herói doí.
Amores, devaneios, frustrações. O herói deitado em meio a relva, apenas se recorda destas e outras histórias. Ele não sabe o que fazer, simplesmente acende seu cachimbo e parte a Oeste, afim de respostas. O andarilho voltou e quado o encontrarem, certamente haverá mais contos e cantos de alegria e tristeza desse poeta.